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Hoje eu vou falar de um assunto delicado que atinge muitas pessoas: ter de assumir dívidas que não lhes pertencem. Já aconteceu comigo, já vi casos difíceis ocorrerem com amigos, e sempre vejo casos na TV de pessoas que emprestam cartões de crédito, entram como sócias minoritárias em empresas só para constar ou dão seu nome como fiador para terceiros. É claro que existem alguns casos inevitáveis, como desemprego e dívidas que são contraídas por casos de doenças graves. Mas, na esmagadora maioria das vezes, as dívidas são feitas por atos impensados, impulsivos e irresponsáveis.
O consumismo exacerbado que atinge nossa sociedade pode bem ser o tema para um outro post; por hora é relevante dizer apenas que o consumismo que gera dívidas é uma praga que pode e deve ser evitada. Consumir demais é se cercar do supérfluo, quere ter algo que você mais deseja do que precisa. Consumir demais é viver em um padrão de vida acima do seu, é não viver de acordo com sua realidade; é gastar mais do que você ganha; é querer acompanhar o ritmo de vida de pessoas que possuem posses muito superiores às suas; é viver em uma ilusão, em um mundo de falsas verdades, de soberba e de aparências.
E o resultado de tudo isso: dívidas. Porque, se a pessoa vive fora da sua realidade, ela vai gastar além do seu orçamento, vai investir acima da sua capacidade em um negócio, vai se deslumbrar com a facilidade de crédito e parcelamentos, chegando às vezes a muito além do seu limite e é nesse ponto que pessoas que não tem nada a ver com isso são prejudicadas.
Pois, em sua ânsia de viver com intensidade, de possuir um alto status social, de desfilar usando as grifes da moda e de investir no seu futuro (e incerto) sucesso empresarial, os deslumbrados não medem esforços, não pensam no amanhã e não se preocupam com quem podem vir a prejudicar.
E, ao chegarem a uma situação crítica, beirando o insolúvel, chega o momento dessas pessoas transferirem (ou simplesmente deixar que outros assumam) os seus problemas. Para quem assume uma dívida que não lhe pertence, é um processo doído. Dói muito ter de se utilizar as vezes de recursos tão duramente economizados para ter de resolver pendências que não lhe dizem respeito. Parece a história da formiga e da cigarra: no verão, enquanto a formiga trabalhava, a cigarra cantava. No inverno, quando a cigarra viu-se completamente sem ter o que comer, teve de apelar para a generosidade da pobre formiguinha.
Se você encontra-se em uma situação como esta, o que fazer? Por mais que pareça brincadeira o que eu vou dizer, ser generoso e ajudar é ainda a melhor opção. Resolver o problema, encontrar soluções, pagar a dívida. Como disse antes, é doído. Não é uma decisão fácil nem simples, mas é a solução que te dará paz de espírito. Consumir todos os seus recursos, recomeçar do zero se for preciso, mas resolver a situação que está tirando a sua paz de espírito deve ser o caminho. Se na sua vida, você precisar recomeçar do zero mesmo que sejam inúmeras vezes, faça. Pois, ter a sua tranquilidade, a sua paz de espírito é essencial para uma vida feliz.
Por isso, seja generoso. Assuma um problema que não foi criado por você mas que está o prejudicando ou prejudicando pessoas a quem você ama e o resolva, se isso for possível e se estiver ao seu alcance. Não reclame ou recrimine, apenas resolva o problema. Deus verá o seu esforço e, eu tenho certeza, a sua generosidade será futuramente paga algumas vezes multiplicada, em diversos sentidos. Você receberá muito mais do que deu, a sua boa ação retornará a você na forma de diversas recompensas.
Mais uma coisa, muito importante: resolva o problema sim, mas imponha limites para o futuro. Corte o mal pela raiz em todos os âmbitos, inclusive no sentido de educar a pessoa e deixar claro que você é generoso, mas não é idiota, nem ingênuo e que a ela deverá assumir as consequências de todos os seus atos no futuro.
Seja desprendido, meu amigo, inteligentemente sábio e generoso. Não chore pelo que passou, mas olhe para o futuro com um sorriso de esperança. Pois, tudo o que você crê que pode vir de bom, virá naturalmente ao seu encontro.